Aparentemente, o consumidor fotografado não pensa que "liberdade é uma calça velha azul e desbotada..."
- "Jingle" à parte, quem aparece na foto é o antropólogo americano (radicado na Inglaterra) Ted Polhemus.
- Sr. Polhemus foi o criador do termo "supermercado de estilos" , em contraposição às tribos urbanas.
- Enquanto a (opção por pertencer a uma) "tribo" isola o indivíduo - mais ou menos, dependendo de qual seja a tribo - limitando-o aos integrantes, cultura e comportamento (da tribo), o "supermercado" permite que a individualidade apareça.
- Conecta o indivíduo ao globo.
- Escolho uma informação daqui, uma peça dali, algo que já eu tenho, algo que minha vó tinha, uma forma gótica na bota, uma bolsa "patricinha".
- Resultado: fui eu quem fez - vi, escolhi, misturei.
- Que salada! Que seja organizada.
- E que (o resultado) esteja de acordo com o gosto (personalidade) do freguês!
- Resumindo, aos olhos dos outros (o mundo) quem é "tribal" tem uma identidade coletiva.
- Exemplos: Hare-Krishnas, góticos, "emos".
- A mensagem torna-se um diálogo, pois bilateral:
- - Você (também) não é um dos nossos.
- A síntese do talento de Ted Polhemus está estampada em geniais frases:
- "Aparência é identidade";
- "Estilo somos nós";
- "Decorar o corpo nos torna humanos";
- "O corpo é o espaço da propaganda".
- A propaganda pode ser enganosa ou não.
- E, é claro que, há embalagem basicamente sem conteúdo.
- Mas, foquemo-nos na última delas: "O corpo é o espaço da propaganda".
- Quanta verdade condensada em somente uma frase.
- Quem, que não intente vender-se como "top sexy" optaria por vestir decotão, mini (saia), (meia) arrastão, plataforma e maquiagem pesada - ao mesmo tempo?
- Apenas os que detestam fazer compras (ir ao supermercado)?
- Imagine...
- Segundo o antropólogo, a função da aparência é a de facilitar os relacionamentos.
- Outra conclusão sábia.
- A "aparência" (difícilmente) passa incólume, ela gera sentimentos:
- dó, atração, credibilidade, desconfiança, empatia, admiração, repulsa, dúvida...
- Do piecing ao perfume, o que decora o nosso corpo deve, preferencialmente, ter um propósito claro.
- Como nossas (sábias) avós diziam: "Essa é a roupa de domingo."
- (Não serve, pois, para ir à praia).
Link-se: http://www.tedpolhemus.com/