- Quem trabalha na área financeira já se acostumou à sigla M&A (fusões e aquisições, ou do original, "mergers and acquisitions" em inglês).
- Nas fusões, companhias sinérgicas unem-se com o objetivo de obter vantagem mercadológica.
- Nas aquisições, o controle do negócio é comprado por outra empresa.
- Este movimento, de certa forma recente no setor de vestuário, vem se tornando cada vez mais comum.
- Sinal dos tempos.
- No exterior, 3 grandes conglomerados financeiros destacam-se na detenção do controle de marcas que assinam estilos diferentes.
- A LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), holding francesa, administra as etiquetas Christian Dior, Emilio Pucci, Donna Karan, Dom Pérignon, Tag Heuer, Marc Jacobs, etc.
- A também francesa PPR (Pinault-Printemps-Redoute) tem em seu ativo marcas como Fnac, Gucci, Balenciaga, Alexander McQueen e Stella McCartney.
- Sob a holding Richemont estão tanto joalherias e relojoeiros famosos (Mont Blanc, Cartier, Van Cleef & Arpels) quanto a grife Chloé.
- A estrutura da parceria design-financeira é simples: o estilo das marcas fica a cargo do diretor de criação (o artista) enquanto o plano de negócios (investimentos, metas, marketing, etc.) é administrado por... burocratas.
- No Brasil, a InBrands é uma holding que investe em empresas do "setor de consumo de alto padrão".
- Em seu portfolio há marcas como Ellus, Isabela Capeto, Alexandre Herchcovitch, SPFW, Fashion Rio e a Revista Mag!.
- A coluna de Anselmo Góes (no O Globo, 27 Setembro), com o título "Namoro de luxo", informa: "a Inbrands, empresa dos sócios do Pactual, está conversando com a Daslu."
- Esse "namoro sinérgico" faz sentido.
- Em 1º lugar, a Daslu (multimarca paulista que nos últimos meses foi acusada de sonegação fiscal) revende grifes internacionalmente famosas.
- Em 2º, com o destaque que os números da economia brasileira apresenta, algumas dessas grifes optaram por abrir suas próprias lojas no Brasil (notadamente em São Paulo).
- Além, várias dessas grifes, percebendo que entre o top e o "botton" há a classe média, têm uma segunda marca mais "pop" (Miu Miu, Marc by..., Chloé by Sea, Armani Exchange, etc.).
- Será que caso o flerte entre a InBrands e a Daslu acabe em casamento veremos o nascimento de algo como uma "Daslu Exchange"?
- Será? Aguardemos.
“A moda ainda é um negócio em construção no Brasil e é o mercado que vai organizar o futuro. Os estilistas serão os maiores beneficiados por essa parceria”
Paulo Borges
(fundador da Luminosidade, idealizador do SPFW, sócio da InBrands)
Imagens: reproduções (via Google)