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SURFACE DESIGN by DBStudio

agosto 26, 2009

Moda Sustentável: Fantasia ou Faturamento?

  • De um tempinho (ou será tempão?) para cá, a sustentabilidade está na mídia, na cabeça e, claro, na moda.

Mas o que significa o adjetivo sustentável?

  • Segundo o dicionário Michaelis, a palavra deriva do verbo sustentar (do latim, sustentare): vtd 1 Agüentar por baixo (o peso de); escorar, impedir de cair, servir de escora a, suportar, suster...
  • Logo, uma moda sustentável é aquela que almeja (missão do fornecedor e do consumidor) promover e privilegiar produtos e serviços pró-vida.
  • É a que repugna agressões desnecessárias promovidas pelo homem ao meio ambiente, não admitindo que motivos como praticidade, redução de custos ou estética as justifiquem.
  • A moda sustentável tem como norte a ética.

Mas o que é a ética?

  • Tendo como fonte o mesmo dicionário, ética (do grego ethiké) é 1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão; deontologia. 3 Med Febre lenta e contínua que acompanha doenças crônicas. É. social: parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade.

Mas será que, sob o ponto de vista econômico, esta "moda sustentável" sustenta-se financeiramente?

  • Produzir bens e serviços ecologicamente corretos, devido aos cuidados (escrúpulos) com que são confeccionados, faz com que seus preços sejam, via de regra, mais caros.
  • Analizando-se o "zeitgeist" (palavra alemã que traduz um conceito: a força motriz do inconciente coletivo, as ações semelhantes que contemporâneos tendem a ter ou, sucintamente, o espírito do tempo), este é o momento de debut popular (logo moda) da moda sustentável.
  • Antes endereçada apenas a um público restrito ("elitista"), a ecologia hoje é palavra de ordem na maioria dos comerciais veiculados na TV aberta.

Cientistas alardearam, a mídia divulgou, mas as celebridades é que foram o vetor que transformou o assunto em fato.

  • Angelina Jolie e Brad Pitt (que adotaram uma criança da Etiópia e compraram – em Dubai – o terreno que reproduz esta parte do planeta), mostram ao mundo que Hollywood encontra-se no mesmo espaço temporal que a África;
  • Giselle Bündchen dispensou uma cerimônia de casamento “übber midiática” (bem como cifras de seis dígitos, valor da venda exclusiva da cobertura do “evento” a revistas e tablóides). Na cerimônia, os convidados foram a família, amigos íntimos e seus cães (os filhos “pets”, a propósito “vestiram” (coleiras) a mesma grife da noiva: Dolce & Gabbana.
    Fato é que as “celebridades” têm o poder de influenciar "gente como a gente".

Especificamente na moda, o "up grade" do estilo de vida “verde” debutou pelas mãos da estilista Stella McCartney.

  • A filha dos ex-Beattle é vegetariana por opção e tradição.
  • Graduada pela “Central Saint Martins” (referência acadêmica em “design de moda”, onde se formaram, por exemplo, Alexander McQueen e John Galliano), Stella decidiu suprir um hiato na “alta moda”: a moda ética e luxuosa (imperativamente nesta ordem).

SM

  • Nas coleções assinadas por Stella McCartney, peles são bem vindas, desde que absolutamente falsas!

As verdadeiras já têm donos!

  • Na grife dessa estilista, o luxo não é feito de lixo (e o que é o corpo após a morte? Além de uma carcaça em processo de deterioração até tornar-se... lixo!).

Stella McCartney


(Pensamos da mesma forma: usar a pele alheia é roubar uma vida)

  • Stella iniciou um processo, mas hoje, no mundo fashion, não está mais sozinha.
  • O programa de TV “Você é o que come” serviu de “benchmark” à discussão da mesa do “Ethical Fashion Show”, em Paris, em 2006, chamada “Você é o que você veste”.
  • Se há quem saiba a origem e/ou o destino do que porta, mas "dê de ombros", há uma legião crescente de indivíduos que, a la Sherlock Holmes, presume, investiga, conclui, compra, mas também boicota tudo o que se revele... inescrupuloso.
  • De bens e produtos a políticos.
  • Mas nem todos os "greens" são “fiéis discípulos” de São Francisco de Assis ou de “Buda”.
  • Boa parte deles (produtores ou consumidores) segue tão somente o princípio de repor o que consome objetivando preservar a si mesmo.
  • Comportamento que, apesar do "egocentrismo", ajuda a sustentar esta tendência.
  • Para as empresas, este grupo de consumidores "de conveniência" (focado em oportunidades) dilata um mercado “saia lápis”,...

  • ... dando-lhe a amplitude de uma “saia godê”.

  • Concluindo: se este “eco-iconic” consumidor corre o risco de ficar na história como seu antecessor (o hiper consumidor, aquele que consome pelo prazer de mostrar que consome) o futuro responderá.
  • Porque depois de um período de abstinência contida e reflexão exacerbada conjugado a um tempo de turbulência econômica, uma euforia “pós guerra” poderá explodir.
  • Mas a história recente já ensinou que a “exuberância irracional (1)” é capaz de gerar “verdades inconvenientes (2)” .
  • De todo o modo...

“Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas...” (3)


(5)

  • Frase sintonizada com a notória "penso logo existo". (4)
  • E com esta conclusão milenar: "eu só sei que nada sei".
  1. Alan Greenspan: economista (ex presidente do Banco Central americano)
  2. Al Gore: ex presidente dos EUA (no governo Bill Clinton)
  3. Frase da peça publicitária “Pensamentos” do “Canal Futura”.
  4. René Descartes (1596 - 1650)
  5. Sócrates (469 – 399 a.C)

Imagens: reprodução