"Pandore" (Jules Joseph Lefebvre - 1882)
"Mais velho do que andar pra frente" (dizia, com orgulho secular, a "bisa" mia).
"Quem sabe faz a hora, não espera acontecer..." (cantou, à época da ditadura, Vandré, um mártir poeta).
"Yes, we can!" (bordão de Barack Obama, então candidato à presidência dos EUA, "ontem").
O espírito empreendedor é assim: "levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima".
Esta gente conhecida como burguesia, evidente a partir da Idade Média, é assim: faz.
De descobertas geográficas a curas de males existenciais.
Há um quê de semideus em algumas criaturas.
Dirigem, orquestram, performam. Criam. Empreendem. Lutam pelo todo. Natural e fatalmente. Dado que foram escolhidos. Pelo destino.
Nas corporações e na "comédia da vida privada".
Mas, objetivamente, o que significa empreender: DNA ou opção?
Ser o líder (e correr riscos) é regra ou excessão?
Do ponto de vista animal (claro, a que reino pertencemos?) é mais vantajoso ser patrão ou empregado?
Fiz algumas perguntas a 1 empreendedor de sucesso: Ricardo Lidizzia, "comandante chefe" da Trustinfo, empresa de soluções Web (construção de sites, hospedagem, gerencia de dados, e-marketing, etc.).
MUITO!
A moda, contemporaneamente, é objeto de estudo de ciências comportamentais (como a antropologia, a sociologia, a psicologia, etc.).
Pós séculos de "ditadura da moda", observa-se, a partir dos anos 80, a "ditadura do corpo". Perfeito.
Há tempos, forma e função confundem-se, fundem-se, distanciam-se, questionam-se e desafiam-se. Hoje, celebramos a hora do design. Na web, inclusive, lógicamente.
O espírito empreendedor contemporâneo, no final da primeira década do século XXI, onde a imagem (do corpo e na tela) são discursivas e o texto em voga resume-se a 140 caracteres (canta, Twitter), vive o dilema entre a dimensão da forma versus a profundidade da função.
Comunicação moderna: falamos com palavras ou com imagens?
Será que toda a imagem que encanta engana, como a tal caixa de
Pandora?
Responda você também às seguintes perguntas, e empreenda... Se for capaz.
DB: Como a sua história pessoal influenciou sua carreira profissional? Qual é o seu back ground?
TI: Desde pequeno “quebrava” os aparelhos da casa, meus brinquedos, etc... pra saber como eles funcionavam. Aos 12, ganhei meu primeiro computador (uma carroça que ligava na TV) e me divertia brincando de fazer programas. Durante a faculdade de Ciência da Computação recebi um convite de estágio de um professor onde aprendi uma barbaridade em 1,5 anos e consegui meu 1º. emprego. Trabalhei como funcionário por 3 anos e sai pra montar a TrustInfo.
DB: Quais os atributos (características pessoais) que uma pessoa deve ter para optar pelo desafio de ter sua própria empresa?
TI: Amar o que faz, disciplina, compromisso com o trabalho, ética, honestidade, dedicação e muita disposição.
DB: E quais as atribuições que espera de um funcionário? Em outras palavras, no processo de seleção de pessoal, cite 3 qualidades positivas e 3 negativas que colocariam alguém dentro e fora do processo de seleção de sua empresa.
TI: Positivas, cito 4: bom humor, ética, honestidade e conhecimento. Negativas: mentira, prepotência, mal humor.
DB: Qual é o seu público alvo? Ele mudou nos últimos 2 anos?
TI: Pequenas e médias empresas. (Nos últimos 2 anos...) Percebo uma mudança maior nas pequenas empresas. Elas estão cada vez mais atentas para as novas tecnologias e interessadas em tirar proveito disso. Buscam uma vantagem competitiva e a internet é espetacular nesse aspecto.
DB: Embora sua empresa não pertença ao setor têxtil, a “moda” está presente até mesmo na (antiga) novela das “8”. Como a popularização da cultura das aparências (este “império do efêmero”) afeta o seu negócio?
TI: O apelo visual é sempre muito importante e na internet não é diferente. Recebo regularmente na Trust empresários preocupados em economizar, pedindo o desenvolvimento de sites simplórios... Diante disso, sempre os questiono se querem vender uma “imagem simplória” da empresa deles. A concorrência no mundo virtual é extremamente violenta e um site insignificante certamente vai espantar potenciais clientes. Vc não terá a oportunidade de tentar reverter a situação – vc jamais os conhecerá. Neste ambiente eu acredito que não ter um site é menos prejudicial do que tê-lo de forma medíocre.
DB: É notório que, desde o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, a inflação inercial deixou de ser um componente diário de preocupação empresarial. Mas, apesar da estabilidade da moeda, a carga tributária no país cresceu desde então, o custo do crédito (taxa de juros) é um dos mais altos do mundo e a inadimplência é um fator de custo e de risco. Como sua empresa se protege desses “dragões”?
TI: Em todos os contratos definimos que a 1ª. parcela deve ser paga no aceite da proposta e a última na publicação do sistema/site. Como nosso ambiente é a internet, sempre há a necessidade de hospedar o sistema desenvolvido. Assim, caso a licença de uso e/ou a manutenção mensal não seja paga, o sistema é, como previamente contratado, retirado do ar até a regularização do débito.
DB: No atual cenário de concorrência globalizada, como sua empresa faz a gestão de marketing?
TI: Nossos clientes são o melhor mkt que temos. Não fazemos propaganda tradicional, apenas assinamos os nossos sites (colocando a logo+link no rodapé) e enviamos regularmente nossas newsletters (através da TrustMail – nossa divisão de e-marketing). Isso nos ajuda a conquistar um bom PageRank – atualmente 5/10 (o Youtube tem 7/10). Além disso, buscamos proporcionar a melhor experiência para os nossos clientes através de: pontualidade, dedicação e envolvimento da nossa equipe nos projetos.
DB: Resumidamente, quais cenários (otimista, conservador e pessimista) a sua empresa projeta para os próximos 2 anos?
TI: Extremamente otimista. A internet é um bebê e muito há para ser feito nos mais diversos segmentos. Projetamos um crescimento de 20-30% para a Trust nos próximos 2 anos.
DB: Qual é o seu “ídolo" empresarial (quem lhe inspira) e por quê?
TI: Vemos muitas histórias de sucesso interessantes com as de Bill Gates (Microsoft) e Steve Jobs (Apple) por exemplo, mas todos os que conseguem prosperar honestamente com o seu empreendimento merecem atenção.
DB: Agradecemos todo o tempo dispensado, suas relevantes informações e finalizamos com uma última pergunta: que conselhos o Sr. daria a quem pretende tornar-se empresário?
TI: Com a experiência acumulada durante estes primeiros 10 anos de vida da Trust, posso dizer: assegure-se de que ama o que faz e prepare-se para trabalhar muito, muito mais do que vc imagina. Seja autodidata: pesquise, busque novidades o tempo todo. Esteja aberto e atento às oportunidades, elas estão em toda parte. Seja prudente e ao mesmo tempo audacioso: encontre um bom equilíbrio nisso. Busque boas parcerias: ninguém é especialista em tudo. Jamais deixe de lado um planejamento financeiro: tenha sempre uma “gordura” para os momentos de crise – eles virão! Seja leal com vc, seus funcionários e seus clientes: sempre. Quando cometer um erro, admita-o. E o corrija, rapidamente.