- Sob o título "Os chiques aprendem a clicar", a The Economist (a revista mais "antenada" que conheço), dedicou 2 caríssimas páginas da edição da última semana de julho analisando o comportamento das grifes de "luxe" versus a virtualização da economia.
- E concluiu:
os lagartos (ou tartarugas?) renderam-se à rede.
- Quando a Oscar de la Renta lançou seu e-commerce, anos atrás, almejava vender apenas os itens mais baratos, como cintos e perfumes.
- Mas a empresa foi surpreendida quando um cliente de New Hampshire comprou um casaco de US80,000!
- Um alto executivo da empresa, honestamente, declarou: "Não poderíamos estar mais enganados (com relação ao poder da Internet)".
Mas, com relação à descrença - e ao engano - eles não estavam sozinhos .
- Uma pesquisa da Forrester Research, de 2008, apurou que, dentre 178 empresas de bens de luxo, apenas 1/3 realizavam vendas virtuais.
- A Prada, até 2007, nem tinha um site!
- O fenômeno foi mais observado entre as clássicas maisons francesas, como Chanel e Hermès.
"Medo do rato?" Ou da aranha?
- Executivos de grifes de luxo justificam o "preconceito" dizendo que a Internet é impessoal demais para seus produtos, que necessitam de "um toque humano".
- Mas, em 2008, a Net-a Porter enxergou na ferramenta "pop" um canal para o luxo.
- Não pelo apelo do preço: lá, os itens são originais, de 1ª mão, não há leilão. A vantagem é a conveniência de ter um produto "na porta de casa".
- Projeções (da Prada) indicam: dentro de 5 anos, 40% das vendas nos EUA serão feitas via Web.
- Entretando, o conglomerado do luxo LVMH (ao qual pertence a Louis Vuitton) encerrou o "eLuxury" - seu portal de moda de luxo na rede, lançado em 2000 - no ano passado.
- Para analistas, houve erro no foco: o site vendia tanto itens "exclusivos" quanto (relativamente) baratos.
- Ferindo um dos preceitos da moda: ela é feita para aproximar e para diferenciar.
Imagem: Dale Witherow