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SURFACE DESIGN by DBStudio

abril 26, 2010

RococOver e Outras Modas

  • A moda, apenas recentemente, passou a ser considerada um fenômeno cultural.
  • Mas muita gente ainda não acredita: roupa é cultura?
  • Para entender melhor um fenômeno presente, costuma ser útil investigar o passado.
  • E assim a gente descobre, tantas vezes, que o fenômeno é bem antigo.

Para melhor entender como e porque nos vestimos, voltemos no tempo, mais precisamente ao século XIV.

  • Da pré história à Idade Média, viviamos na Era dos Costumes.
  • Havia diferenças sim: gregos, persas e sumérios, por exemplo, vestiam-se diferentemente.
  • Mas tais diferenças classificavam uma cultura, uma sociedade, não o indivíduo. E duravam séculos...
  • Até a 1ª metade do séc. XIV, cultivava-se a antiguidade, a tradição.

  • Na Idade Média, chamada "das Trevas", de cultura Teocentrista, o foco estava na alma, no tecido.
  • Homens e mulheres trajavam túnicas (era a moda... "unissex"?).
  • Mas a partir da 2ª metade do séc. XIV, a sociedade passou a privilegiar o estrangeirismo, a novidade (naquela tempo, ela já "era o máximo").

Motivo: desbravamento do novo mundo, via Cruzadas no oriente (globalização não é fenômeno recente) e a queda do sistema feudal de onde se origina a burguesia (a classe média é o motor da econômia desde então).

  • Das trocas comerciais emergem paradoxos: nas formas dos corpos dos diferentes sexos, na aparência, na individualidade, enfim nos trajes diferenciados para homens e mulheres.
  • Na moda masculina, o básico significava gibão (blazer), codpiece (roupa íntima), meias colantes e calção (na verdade, um short ou bermuda modelo... "ciclista").

  • Na moda feminina, roupas ajustadas e decotadas, viva a modelagem!
  • Nascia assim a moda, um painel de...

Signos - Fantasia Estética - Construção de Aparências - Visualidade

  • A aparência foi uma vitrine da alma Renascentista, que consolida-se no século XVI.
  • Sua 1ª fase é chamada de CLARA.
  • Nela, o homem é um intérprete da realidade onde os horizontes expandem-se.
  • Tal expansão no guarda roupa traduz-se em lateralidade.

Oeste Leste

  • A "celebridade" da época é Henrique VIII, rei da Inglaterra, cujo guarda roupa era inventariado (sujeito fashion, suas roupas eram adornadas por pedrarias). Ele também adotava cores e recortes.
  • Estes, na verdade, têm origem em um "acidente bélico": roupas em frangalhos de legiões suíças foram "recheadas" com trapos de inimigos abatidos em combate a fim de afastar o friiiiooo. O "efeito" arrebatou o gosto estético do rei que inspirava "a massa".

(Na moda também, "... a vida tem sempre razão...")

  • Depois de tanta liberdade e glamour, anuncia-se uma fase ESCURA.
  • Época da contra reforma, da inquisição, da rigidez de cores e formas.
  • O ícone fashion da vez chama-se Carlos V, um rei espanhol übber sóbrio.

  • Sob sua influência, a moda adota cores escuras, acolchoados, tricots e imobilidade.
  • Altivez: sobre a gola do gibão, aparecem os rufos (privilégio aristocrático masculino, sedução e status femininos).

  • Para elas, o corpete (nosso "fetichista" corset?) em "V" que achata os seios e o abdomen, símbolo da fertilidade; a esmoleira (bolsa "utilitária"?), a beca (overcoat?) e o farthingale (precursora da crinolina, estrutura de roupas revisitadas recentemente por, por exemplo, Dame Vivien Westwood).

  • Depois deste renascimento revolucionário feito de "ups e down", a moda vê-se... Barroca.

  • O século XVII é o tempo do drama, do exagero!
  • O retorno da difusão da fé pós antropocentrismo é regido pelo "direito divino do rei".
  • A silhueta desconstrói-se.
  • O novo ícone é um herói da guarda real que usa um chapéu adornado com 1 pena e tudo o mais: o "mosqueteiro".
  • Para as mulheres, a cesta básica carrega maquiagem e uma novidade nos cabelos: o fontange.

  • Os homens continuam de calção, meias e gibão (agora mais curtos), mas no lugar dos claustrofóbicos rufos, adotam o "rabat", um lenço elegante e fresco, versão masculina dos fichus.
  • O estilo Barroco é sucedido pelo Rococó, uma moda "OVER"!

  • No começo do "Rococover" (1745/1770), sob o reinado de Luis XV, pessoas e roupas são adornadas com conchas, pedras e plantas (período precursor do Art Nouveau?).
  • A etiqueta (à mesa, inclusive e principalmente) impõe-se: viva à civilidade!
  • Chegamos à sociedade de Corte, via Versailles.
  • Etiqueta social, lógica das aparências...

O belo é artificial!

  • Nesta época, revoluções (industrial - têxtil, inclusive- americana e francesa) mudam de novo a história. E, consequentemente, a moda.
  • Tecidos sofisticados, período rico no vestuário feminino: roupas claras, fluidas, maquiagem, cabelo empoado, flores (muitas flores) e... volume.
  • Volume criado pelas "paniers", ancas artificiais "sem necessidade de intervenção"!

  • A moda bucólica burguesa inglesa influencia sensivelmente, garantindo, definitivamente, que tudo, mais uma vez, asseguradamente, seria diferente.
  • Roupas simples, robes abertos e "fichus" (lencinho colocado sobre o colo, cuja função é velar o "cache cour").

  • A Revolução Francesa traz uma nova estética.
  • Pós Maria Antonieta, o mito da vez chama-se Napoleão Bonaparte.
  • As cores fashion são as 3 cores da nação.
  • Em faixas e rosetas a moda é bleu, blanc, rouge!

  • No vestiário masculino, chega de calças curtas, é tempo dos sans culottes!
  • Nos pés femininos, sapatilhas.
  • Afinal, algum item da moda tinha a obrigação de manter os nossos pés... no chão.

Imagens: Google