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SURFACE DESIGN by DBStudio

outubro 17, 2009

Gerenciando o Luxo

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  • Luxo é uma palavra que tem várias definições.
  • Formalmente, "luxu" (latim) significa magnificência, ostentação, suntuosidade.
  • Para Coco Chanel, “o luxo não é o oposto da pobreza, mas da vulgaridade.”
  • A Gucci o definiu como sendo algo em que "a qualidade é lembrada tempos depois de que o preço é esquecido".
  • Mas a crise vem tratando de redimensionar o conceito.
  • Por anos, o Japão foi a nação de maior consumo de bens de luxo per capita, sendo considerada por muitos como a terra das "fashion victims".

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  • Hoje em dia, os consumidores nipônicos se perguntam: por que pagar mais se isso não é mais confortável?
  • O fenômeno se repete em outros continentes: a Europa e a América.
  • Mas a despeito dos tsunamis imponentes e das "marolas" vulgares, o setor de luxo é responsável, inclusive, pelas populares vendas dos ambulantes e suas mercadorias genéricas.
  • Para a economia, o luxo é, de fato, indispensável.
  • Quando se pensa em grifes, uma das primeiras marcas a vir à mente é a LV.
  • A centenária empresa (fundada em 1854) é a estrela do conglomerado de "bens de luxo" LVMH.
  • Um executivo da empresa disse que "existem 4 elementos principais no modelo de negócios da companhia:
  1. produto,
  2. distribuição,
  3. marketing e
  4. preço"
  • E que o trabalho deles é "fazer com que os 3 primeiros itens alcancem uma excelência absoluta que faça o consumidor esquecer do 4º" (o preço).
  • A margem de lucro da Louis Vuitton Moët Henessy, durante anos, impressiona: cerca de 45%.
  • Mas ainda que a marca LV pouco tenha sido afetada pela recessão, os tempos mudaram e a estratégia da LVMH também.
  • "Antes da crise, investiamos bastante em belas lojas, agora estamos mais focados no design e no preço".
  • Desconsiderar os efeitos de um indicador como "a confiança dos consumidores" na economia pode trazer desconforto financeiro, para dizer o mínimo:
  1. A Valentino tenta renegociar seus débitos;
  2. O grupo Prada nega os rumores, apesar das especulações de que estariam prestes a tornarem-se acionistas minoritários de suas empresas;
  3. As grifes italiana Christian Lacroix e alemã Escada buscam a obtenção da concordata desde o início deste ano.
  • Parece que o charme, envolto em tamanha "exuberância irracional", subestimou previsões e sinais enviados pelo mundo nada glamuroso dos analistas econômicos...
  • De fato, os "legitimamente ricos" continuarão a sê-lo e a consumir, independentemente do panorama econômico.
  • Mas esta parcela de consumidores apenas não é suficiente para garantir a saúde de 99.9% das empresas. Quem vende "luxo" precisa da demanda da classe média, que compra a prazo e paga de acordo com a "empregabilidade".
  • E se não troca do status que determinada etiqueta oferece, compra menos.
  • O neo "consumidor de luxe" opta pelos clássicos (1 trend coat Burberr, 1 "it" bolsa "Kelly", 1 "lbd" Chanel, 1 mala LV).

3

  • Neste novo cenário, a pujança da LV impressiona: a companhia nunca liquida os estoques antigos, os destroi.
  • Estratégia de marketing com resultados positivos, aliada à gerência de estoques globalizada: os produtos migram de uma loja à outra, conforme a performance das economias dos diversos países onde está presente.
  • A Ásia é o continente dos adoradores de LV: é de lá que vieram 25% das receitas do grupo (18% só na emergente China) como um todo (o Japão somou 20% e os EUA 19%) em 2008.
  • A distribuição geográfica pouco pulverizada dos consumidores da grife não é um fator de preocupação dominante.
  • Para um executivo da holding, "o maior risco da LVMH é a LV".
  • O carro chefe do conglomerado conta, desde 2007 com um às do estilo e dos negócios à frente da marca líder, a Louis Vuitton: o americano Marc Jacobs.
  • No momento, especula-se que a holding pretende comprar a concorrente em artigos de couro Hermès e vender a sua participação na produtora de "premium spirits" Moët Henessy.
  • Mudanças de estratégias negadas por ambas as empresas à parte, uma coisa é certa: o ritmo desta dança quem dita é o consumidor.
  • Aguardemos os próximos passos.

Fonte: The Economist (setembro 2009)

Imagens: 1. Fun Surfer; 2. eLuxery; 3. LV

PS: "LDB" = "little black dress" ou pretinho básico, acrônimo bem humorado nas editorias de algumas revistas de moda.