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SURFACE DESIGN by DBStudio

junho 30, 2011

Sustentabilidade em Vogue



O inusitado é uma arma poderosa na “guerra” do marketing. Fazer o consumidor parar (e até mesmo “andar de ré”) para conferir uma “esquisitice” estrategicamente planejada é uma das formas de comunicação. E se moda é comunicação, a capa da Vogue Brasil, em sua edição de maio/2011, falou alto e, claro, chamou muita atenção.
Contrariando a “lógica” editorial cujo público alvo é feminino, quem estampa a edição é a top model Kate Moss (exceto pelos poderosos braceletes de ouro) nua.



Por que uma revista - aliás “a” revista - de moda colocou na capa uma mulher nua? Por causa da crise? A Vogue está dizendo que a moda acabou? Que não devemos comprar? Que desfiles, tendências, vitrines e moda são futilidades demodés?
Não: a foto em questão é de autoria de Mario Testino, e somente depois de abrir a edição o significado da tal nudez é, trocadilhos à parte, descoberto.
Além de Moss – uma rainha no mundo “fashion” – outras celebridades (como os brasileiros Pelé, Alcione, Niemeyer, etc.) fotografadas por Testino aparecem na revista, entre elas a família real britânica.
No ensaio intitulado “Em Homenagem ao Casamento Real”, cliques inéditos “flagram” pai e filhos em momentos de descontração, sorridentes, usando jeans, pulseiras... Os “caras” da porta ao lado, não fossem eles os Windsor.
A moda sonha, a moda fala (ensina história, economia, psicologia, sustentabilidade...). A moda muda.
No atual contexto, em que a economia dos países desenvolvidos encontra-se em franca decadência, seria, no mínimo, imprudente que uma casta historicamente privilegiada ostentasse os privilégios que a ”blindagem financeira” lhe garante, posto que sua despesa é paga pelo “povo” (“panis et circenses, sim, mais impostos não!”).
No casamento do século XXI, imperaram sinais de comedimento e quebra de paradigmas rígidos: um vestido de noiva “minimalista”, a repetição de roupa da Rainha, o carro “1967” (empréstimo do pai do noivo), 2 beijos oficiais, e claro, convidados “ordinários”.
Logicamente adequada, a realeza britânica comunica à nação e ao mundo, em imagens (“valem mais do que 1.000 palavras”?) que são tão reais quanto reais. Quase “pops”.
Uma festa que obedeceu ao protocolo contemporâneo, expresso neste “manifesto” de Dame Vivienne Westwood: “compre menos, escolha melhor”.
“God save the... sustainability!