- Evitando exaurir a paciência da audiência, recorro ao alemão:
Ich liebe Tiere.
- Pulgas ou hipopótamos têm lugares cativos no meu coração.
- Mesmo assim, coloquei meus queridos, confortáveis e fofos "crocs" no baú do db.
- Como todo fashionista que se preza aposenta o que vira moda, assim que vi uma incursão de jacarés invadindo a cidade, corri o quanto pude da "febre".
- Mas jamais os reneguei.
- Nunca abandonaria aquelas pantufinhas borrachudas, nem por ideologia.
- Segui amando-as e respeitando-as: desde que no conforto e discrição do meu doce lar.
- Mas hoje, li uma notícia avassaladora:
- a Crocs vive uma debaclé financeira!
- Subestimou a recessão: míope, viu marolinhas, ao invés de tsunamis.
- A empresa que vendeu 100 milhões de pares em 7 anos, produziu mais do que a demanda está sendo capaz de absorver.
- As evidências provam que, por causa da qualidade da matéria prima, o produto não precisa ser substituído. É "soft", mas dura.
- Em outras palavras, o "appeal" virou um problema:
"(esses) crocodilos são (quase) eternos..."
- Nas palavras de Damon Vickers, gerente de um fundo de investimento de Seattle, "a empresa está tostada..."; "... são zumbies. Estão mortos e não sabem."
- No ano passado, apesar do corte de 2.00o empregos, a Crocs perdeu US185 milhões.
- De acordo com o Washington Post, até o final de setembro, a companhia terá de honrar suas dívidas.
- O novo CEO da empresa nega a bancarrota.
- Como clientes potenciais, ele aponta profissionais que passam horas de pé, como os médicos. E pessoas com problemas ortopédicos...
- E afirma que George Clooney prometeu ser a estrela da próxima campanha da empresa.
Na dúvida, melhor não darmos chance à ameaça (fashion) de extinção.
- Compremos logo um (novo?) par na lojinha da esquina. E guardemo-lo à 7 chaves, nem que seja no baú.
- Afinaol, um hedgezinho básico não faz mal a ninguém!
- Na moda, à luz da economia, melhor um crocodilo na mão do que um vintage no pântano...