Amor à 1ª vista!
- Quantas vezes não é assim descrita a motivação do consumo?
Consumo é desejo, emoção?
"Culpa" do capitalismo?
Consumo é hedonismo, moralismo ou naturalismo?
- Longe da visão sumária da economia - que classifica o consumo como mero resultado da produção - há algum tempo (poucas décadas) - o ato de comprar é investigado sob a ótica da antropologia.
- Consumo é ideologia: padrões midiáticos de beleza levam pessoas a "extreme make over": restauram osso, queratina, músculo e massa adiposa em busca de um novo "si".
Alvo: tornarem-se mega felizes!
- Consumo é publicidade: através dela, passamos a necessitar do que desconhecíamos, e assim, coisas estranhas tornam-se banais.
- O olhar científico da antropologia sobre o "mero" ato de trocar dinheiro por coisas propôs investigações sobre o capitalismo.
Capitalismo: antiga (século XIX) rede de relacionamentos.
- Consumimos para aproximarmo-nos e para afastarmo-nos.
- Roupas, perfumes, penteados, acessórios (e corpos) sinalizam o etnocentrismo.
- Vemos - leia-se, julgamos - grupos ou indivíduos sob a ótica de nossos próprios valores, pessoais ou micro coletivos.
- Assim, bárbaros foram grifados como tais pelos... romanos.
- Afinal...
O que é, o que é... Belo? Chic? Cult?
"Assim é se lhe parece" ou "o inferno são os outros..."
- A partir dos anos 90 (a 3ª fase do capitalismo), foi detectado que hiper consumimos.
- No back stage de tal fenômeno, observaram outro: a totemização.
- Shopping Centers = Templos de Consumo
- Bíblia (da moda) = Vogue
- Rei = Pelé?
- Fenômeno = Ronaldo?
- Musa = você decide...
- De todo o modo, aparentemente, avançamos. O consumo atualmente é, comparativamente, bem mais... autoral.
- Há maior autonomia subjetiva: compramos para dentro (não mais "para fora", os outros).
- "Estamos" mais qualitativos, equilibrados, responsáveis, conscientes, autônomos.
- Nós escolhemos. E encolhemos, ao mesmo tempo: necessitamos das marcas.
Etiquetas (ou tags) cumprem o papel de referenciar "identidades".
Tais "coisas" tornaram-se "pilulas de felicidade".
- Ilusão...
- Coisas continuam sendo reoxigenação de problemas reais, afastando-nos de crises de identidade, de reflexões sobre a (real) felicidade, da incapacidade de ser/viver.
Consumo = Satisfação # Felicidade
- Fonte (reflexões sobre as seguintes magníficas obras): "O Império do Efêmero" (Gilles Lipovetsky), "História da Beleza" (Humberto Eco), "Coisas Estranhas e Coisas Banais" (Everardo Rocha).
Imagem: Guggenheim Museum