- À esta altura do campeonato, falar sobre convicções políticas soa como sermão aos pés do confessionário.
- Mas sobre a imagem dos candidatos ainda dá tempo.
Porque imagem é mensagem.
- Enquanto a gente veste roupa, gente pública usa figurino.
- Figurinos têm a função de referenciar personagens.
- Informam o tempo, o lugar, a psiquê dos papéis apresentados em um específico contexto.
- Então, vamos analisar nesta imagem ínfima (a única disponível que achei - no O Globo - real time) do elenco de candidatos ao cargo da presidência desta república que, hoje, no debate da Rede Globo, se apresentaram.
São eles, da esquerda para a direita (tudo é relativo):
- José Serra: o senhor tem postura e vestuário de líder de 1º mundo. Seu costume está correto, mas, observem, sem o excesso de goma típica da alfaiataria de grife, elemento comum nas embalagens dos "comandantes". Sua imagem é a de um intelectual.
- Marina Silva: inicialmente, a candidata carregava um "manto" a lá Nossa Senhora Aparecida (sério. Sorry, Santinha querida), mas após o 1º bloco, alguém teve a visão (estratégica) de "retirá-lo" dela. Ms. Silva adota o estilo étnico, expondo a riqueza do artesanato nacional. Sua figura, em sintonia com seus sobrenome e discurso, devem confundir, inimaginavelmente, a imprensa internacional...
- Dilma Rousseff: capitaneada pelo "cremè de lá cremè" da indústria fashion da terra, tem como personal stylist o designer Alexandre Herchcovitch. Optou-se em vesti-la com um blazer com gola em estilo discretamente Mao, na cor da primavera: o suave salmão. Mesmo assim, como ela gagueja... Cadê o fonoaudiólogo?
- Plinio de A. Sampaio: neste palco, é a personagem trash. Deve fazer algum sentido na indústria política (Maquiavel: won't you, pls, help me...).
E neste dia em que o STF descartou a obrigatoriedade - conforme lei aprovada e sancionada em 2009 - de portarmos 2 documentos às zonas eleitorais, este clip hype vintage "fits".