O "business" da empresa é, muito resumidamente, 1 prospectar o comportamento dos agentes ("targets") que potencialmente influenciam o mercado (empresas, produtos) no longo prazo (até daqui a 2 décadas); 2 identificar que mercado é esse (países, cidades, "tribos"); 3 traçar paradigmas (novo nome para a "velha" ... tendência?).
A globalização tornou o mundo "now" tão "fast" que o significado de alguns conceitos, ou estão sufocados, ou morreram por asfixia. Moda e tendência são 2 deles (privacidade x "broadcast yourself" e direito autoral x "downloads for free" também, mas isso fica pra outro post).
Já disse aqui que me especializei em Trends Forecasting (PUC/2008). A macro (longo prazo) tendência detectada pelo grupo que participei foi a "Coolective" (gente interessada em fazer o bem, simplesmente porque isso é a coisa certa), que permanece no folder de divulgação do curso, até hoje! Um "grün" (= verde) gol na análise do "Zeitgeist".
Zeitgeist: palavra de ordem ao caçador de tendência (= "cool hunter"). Significa "espírito do tempo", perceptível em sinais, inicialmente, "escandalosamente discretos", que naturalizam-se no inconsciente coletivo.
É incrível (de uns tempos pra cá, até já estou crendo, mas ficava indignada) observar como o significado da palavra "tendência" foi alterado. O conceito real, se perdeu, porque o termo (da mesma forma que a palavra "moda") esvaziou-se.
Claro que a democratização do consumo é absolutamente positiva (mais gente tendo acesso ao que é "bom" é quase a concretização de uma utopia). Mas na "popularização" do consumo (de bens à cultura) o aumento de quantidade nem sempre é qualitativo (ex.: os indianos são, hoje, um dos grandes mercados no consumo de "fast food"). Relevante também é observar que produtos "made" nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China + África do Sul) carecem de excelência de qualidade (outro dia, comprei uma caneta "feita na Índia": o preço era ótimo, mas a tinta "gel" da genérica.... um horror!).
Será que, como no final do século XVIII, no início do século XXI, alguma coisa está fora da ordem mundial?
Será que, como no final do século XVIII, no início do século XXI, alguma coisa está fora da ordem mundial?
Sempre gostei das aulas de Estatística: "tendência" é vetor, "moda" é repetição.
O fato é que "tendência", de um tempo pra cá, foi parar na vitrine, na mídia impressa - da Vogue à Capricho - e na novela também. E a moda - de tão "fast" - quisera euzinha saber "aonde ela está que não responde". Para Ronaldo Fraga, a moda "morreu"...
O Brasil, na visão (aplaudi, ovacionei, de pé!) do "Lab" (sede em Milão, escritórios regionais no Rio e em São Paulo, inclusive) "tem a vantagem do atraso" (dado que difere do vício da tradição - o gesso - das economias do "velho mundo"). Sobra disposição, falta especialização (cultura).
Mas antes que relaxemos com o "progresso" nessa terra de desordem, é preciso relembrar que o "capital não aceita desaforo, jamais": vai aonde vislumbra paraíso mais promissor.
Próxima 5ª, Future Concept Lab. Em São Paulo. Link-se: Workshop: 30 de agosto (5ª feira), das 8h30 às 17h Imersão no Cenário de Tendências locais e globais, nas áreas de estética consumo, comunicação e varejo bem como nas metodologias, cases de aplicação, design thinking e estratégias para desenvolvimento de mercados futuros. Onde? na Escola São Paulo.
PS: Ágatha é uma personagem da novela das "9" que (acho) bastante personifica (é paradigma/modelo) um dos "targets" destacados pelo FCL: os "posh tweens": pré-adolescentes cujas mães "ausentes" (ainda nós, vós, elas...) tendem a compensar materialmente seus eternos "babies", gerando futuros "fashion victims".