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Certas
palavras caem em desuso (ficam "fora da moda"), como vespertino. Será
que os "kids" sabem o que é? Pelo sim, pelo não, vamos à tradução:
vespertino é o período da tarde, entre o matutino e o noturno.
Então:
hoje, passei o período vespertino no salão refazendo as luzes (do
cabelo, rapazes). Por 2:30 hs (é o que o tempo leva...no mínimo...). Para
apaziguar o (des)ânimo, li - quase que totalmente - as mais de 200
páginas da Vogue maio.
Eu e quem leu a edição "aprendeu" que o "estilo da hora" é...
1. "biker chic";
2."étnico chic";
3."grunge chic";
4. permeados por releituras góticas (obviamente... très chics);
- Florence Welch - McQueen
Mas
a capa do miolo já indicava que, acima de todos os "estilos", o
destaque vai para o estilo "décoratif". Ponteado pelo
surrealism (vide as
Conversas Impossíveis entre Prada e Schiaparelli, no MET).
- Peplum, destaque aos quadris
Devo
ter lido muito e mais coisas interessantes, mas a que chamou mesmo
minha atenção -
de novo! - foi a sinergia entre o Rococó (séc. XVIII), os Anos Loucos
(início séc. XX) e a 1ª década do século XXI: a débâcle (ruína, queda,
ruptura, fracasso, desastre) .
Li e refleti sobre o antagonismo (o
db está "atento" desde ago/2011) que manifesta-se, especialmente, em tempos difíceis, loucos (todos "adornados" por uma certa "folie").
O 1ª mundo sofre: a
recessão, traduzida do economês, significa, no final das contas,
falta de emprego
(onde não há dinheiro - curta e grossamente - falta graça e sobra preocupação). Mas a moda
(leia-se indústria), que para sobreviver precisa sonhar, não deixa a
peteca cair, e até o último segundo da prorrogação do 2º tempo crê, e,
se necessário, vai aos pênalties, acreditando no GOL!
A moda desafia, ou melhor, transgride. Transgride a lógica de um mundo básico (sem graça): nem preto, nem branco... nem gris.
- Mark Jacobs - Met Ball - may/2012
Talvez
ou certamente por isso - moda é graça! - contrariando o cenário "finance", a moda (o
cenário "fashion") propõe-se "over" decorativa. A cartela de cores 2013
(da Pantone) foi batizada de "Felicidade", e está repleta de tons
"calmos" (Giorgio Armani já dependurou nas araras flores, borboletas e
arabescos, leves como o ar).
Coisa mais linda! Lógica, que nada: eu quero muito tudo aquilo!
E que ao menos a moda nos permita sonhar, ousar, e... nos "arte decorar".
- Chloé Sevigny