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SURFACE DESIGN by DBStudio

outubro 05, 2012

Signos: Singular e Plural



Essa discussão é tão antiga quanto à moda: a efemeridade que "leva" à felicidade paradoxal (*) é feita para diferenciar ou para igualar?
Preconceitos quanto à utilidade da moda, existem. Mas - exceto nos grupos naturistas (neles, quem sabe a manicure, o cabeleireiro, o personal trainer, a marca dos óculos escuros ou do protetor solar "falem" tanto quanto um... vestido de gala by Oscar de la Renta?) - a vestimenta fala.
(Mesmo) Nas tribos (alborígenes), o sábio traja-se diferenciadamente.
Profissões têm códigos de vestir: branco para o pessoal da saúde, gravata ou tailleur para a turma das leis e das finanças, um "que" de informalidade para os/as profissionais liberais e um "look descolado" para a "tribo" das artes. No mundo corporativo, o estilo do/a chefe é o "dress code", mas até na informalidade há regras, por incrível que pareça...
Ok, na compulsoriedade da vida social, muita gente usa "uniforme".
Mas e na vida "real"? A aparência diz a verdade ou mente?
Cores claras, teoricamente, simbolizam a "pureza" (ops, nem sempre: na Idade Média, o vestido da noiva, por exemplo, era preferencialmente ... azul). E o branco (eleito por Victoria, a Rainha, no século XIX)  hoje, excessões à parte, significam... a festa!
Salto agulha é objeto de fetiche ou declaração de status (no caso dos Louboutin, por exemplo)?

Nos EUA (onde não há "furdúncio" de legendas, como... adivinha aonde?) as gravatas discursam:



A busca pela identidade social através de formas e cores (não é isso o que resume os vários modos da moda?) intende a: 1. nos diferenciar do grupo ao qual não queremos pertencer - ou até fugir; 2. nos aproximar do grupo a que pertencemos ou queremos pertencer.

No que tange a estilo, ser "unique" é "vogue".

Grace Coddington

De acordo com pesquisas da BeViacom, os "únicos, ímpares, estilosos" estão classificados em 3 grupos: 

1. "Helicópteros": são o "mainstream", com independência, discernimento e bagagem intelectual, eles "personalizam-se";

2. "Super consumidores": o maior segmento. Focados no que acontece na cena fashion, eles conectam-se, e a nós também. Em outras palavras, eles sempre retuitam!

3. "Absorvedores da difusão": interessados, sim, dedicados à moda, não. Informam-se, inspiram-se e assim desenvolvem um estilo pessoal.

Mas há quem não abra mão de seguir o estilo próprio...alheio.

Anna dello Russo

Gente - muita gente - que, ao ver a divulgação direta ou indireta de algum produto por alguém "conhecido", compram, na esperança da mágica. "Celebridades" (de princesas a "it girls") conectam pessoas "ordinárias" a produtos, apesar de quase todos saberem que "aquilo é Hollywood"! Fazem a felicidade do marketing. Principalmente na pós modernidade, era de informação e notoriedade instantâneas, de evasão (maior que?) e invasão de privacidade e de economia nos tempos de cólera (**).

* "O Império do Efêmero" e "A Felicidade Paradoxal" são títulos de livros de Gilles Lipovetsky.
** "Amor nos Tempos de Cólera" é título de livro de Gabriel Garcia Marques.

Imagens: 10,000 words; Vogue; Google.